— Análise Crítica por Aline Silva —
Ficha técnica:
Drama: Something in the Rain (Título em inglês) / Pretty Sister Who Buys Me Food (Título literal).
Diretor: An Pan-Seok
Escritora: Kim Eun-sook
Rede: JTBC
Episódios: 16
Data de lançamento: 30 de março a 19 de maio de 2018
Idioma: coreano
País: Coréia do Sul
Sinopse:
Yoon Jin-A (Son Ye-Jin) é uma mulher solteira em seus 30 anos. Ela trabalha como supervisor em uma empresa de café. Yoon Jin-A é uma pessoa descontraída, mas ela se sente vazia por dentro. Seo Joon-Hee (Jung Hae-In) é o irmão mais novo de seu melhor amigo Seo Kyung-Sun. Ele volta para a Coréia do Sul depois de terminar o trabalho no exterior. Yoon Jin-A, embora ele fosse apenas um garoto infantil, mas ele parece diferente para ela agora.
Minha opinião (tentando segurar a minha revolta):
Sabe aquele drama que você tem muitas expectativas e você sente que você não foi atendida? Então… Something in the rain foi esse drama pra mim. Eu iniciei a vê-lo super empolgada. Estava acompanhando quando lançou, mas parei no episódio 8. Ali, já senti que o lance estava meio ladeira abaixo (já achava um pouco maçante aquela pegação). Voltei e consegui terminar no dia 27/01/2019. Lembrando que esse drama foi lançado entre Março e Maio de 2018. Eu sei que essa análise é tardia, mas só estou escrevendo para eternizar a minha insatisfação com esse Kdrama. Sim. Estou parecendo mulher traída que descobre traição e quer contar para o mundo. Aliás, tem situações nesse drama que davam para enquadrar em cenas de chifre pesado. #sovem
Something in the rain (SITR) é um drama que é classificado como noona romance, ou seja, quando há um envolvimento de uma mulher mais velha com um homem mais novo. Quando li a sinopse e todo o burburinho sobre esse drama, pensei “Opa, vem algo muito bom por ai”. Foi bom, mas até certo ponto.
Vamos detalhar um pouco mais esse drama?
Seo Joon-Hee (Jung Hae-In) trabalha em uma empresa de desenvolvimento de jogos. Ele viveu durante 3 anos nos EUA trabalhando em uma filial dessa empresa. Tem aproximadamente 25 anos. É irmão da Jang So-Yeon (Seo Kyung-Sun) e amigo de infância do Wi Ha-Joon (Yoon Seung-Ho). Pelo fato de que a sua mãe morreu muito cedo e o seu pai não era presente, o Seo Joon-Hee e a Jang So-Yeon foram praticamente criados juntos com o Wi Ha-Joon e a Yoon Jin-A pela Kim Mi Yeon (Kil Hae Yeon) mãe da Yoon Jin-A.
Yoon Jin-A (Son Ye-Jin) trabalha em uma empresa de café durante 10 anos. Ela tem por volta de 35 anos. É irmã do Wi Ha-Joon e amiga de infância da Jang So-Yeon (irmã do Joon-Hee). Ela encontra o Joon-Hee assim que ele retorna a Coréia depois de um tempo no exterior. Diferente do passado, ela não o acha mais um garoto. Ambos acabam se apaixonando e iniciam um namoro.
Esse drama contém 16 episódios. Para mim ele pode ser dividido em duas partes. A primeira parte até o episodio 8. Até ai ele é um drama sem muita enrolação. É muito empolgante, coisa mais adulta. É de espantar a química dos atores. As cenas deles juntos são realmente muito boas, mas ai já demonstrava que viria merda das grandes. Logo no início o casal já estava junto, tudo maravilhoso, apesar de ser um namoro escondido. Sim, pasmem. Uma mulher de 35 anos e um rapaz de 25 anos namorando escondido. Depois descobrimos que é por causa da Kim Mi Yeon a mãe
perturbada (bem interpretada pela Kim Mi-Yeon) que ver na nossa prota sem personalidade (vocês entenderão até o final dessa análise porque a chamo assim, haha) uma galinha dos ovos de ouro. Ou seja, é nela que sua mãe coloca todas as expectativas para conseguir um bom casamento e colocação social. Justamente nela. Era melhor ter focado no irmão.
A segunda parte seria do episodio 9 até o episodio 16. Você tem que ter paciência e sangue de barata. Chega a ser revoltante. As situações, as falas e como o relacionamento parece ser de uma menina de 15 anos e de um homem de 25 anos. É muito maçante todas as situações. Como tudo gira em torno da mãe dela que não aceita o relacionamento deles. Mas, como assim? Eles foram criados juntos e a mãe dela não aceita? Mas por quê? Então. Embora eles tenham sido criados praticamente juntos, a mãe dela não aceita, porque segunda a mãe sem noção e manipuladora ele não tem um bom histórico familiar. Então, ele não estaria apto para casar com a prota sem personalidade. Mas o que mais me incomodou foi como ela tratava o Joon-Heee a So-Yeon. Tentando demonstrar que se importava com eles, e que os protegia, mas na verdade ela sentia pena e até os tratava com desprezo. Uma mãe dessas é presente de grego. São sete episódios nessa chatice. Ah, pra no final ter um pedido insosso de desculpas da mãe. Apesar de ter gostado da atuação da Kil Hae Yeon, essa cena não foi bem feita. Aliás, que episódio ruim foi o episódio 16. Parecia que eu estava em um pesadelo. Pensei que tinha passado uma eternidade, mas só tinha passado 15 minutos. Absurdamente ruim.
Fora isso, desculpem-me os defensores, mas é difícil aguentar as mentiras e a omissão dela em vários momentos. Concordo que ele também errou em não contar a ela que queria que ela fosse com ele para os EUA, mas veja bem… Ele iria para os EUA, não para a Síria. Da maneira que ela agiu, parecia que ele tinha a traído. Falando em traição, mentira e omissão. Não podemos deixar de citar a parte do encontro arranjado. Sim, ela tem namorado e vai para um encontro arranjado. E como as falas dessas cenas são ridículas (eu quero ficar longe dessa roteirista). O pai chega e fala: “Você não precisa fazer tudo que a sua mãe manda”. Ai nossa prota sem personalidade diz que não faz isso pelo pai ou pela sua mãe, mas sim pelo Joon-Hee. Ela acredita que indo a esse encontro, a mãe os deixaria em paz. Sério? A mãe beirava a insanidade com a ideia de arrumar um bom casamento pra ela. Estava nítido que isso nunca pararia a mãe dela. No entanto, o que já era absurdo fica desolador. Assim que chega ao local do encontro arranjado, ela encontra a irmã do rapaz, que dá uma coça nela (a única sensata desse drama todo) e a nossa prota fica com cara de nada. Você achou pouco? A sequência das cenas são de deixar qualquer pessoa com sangue correndo nas veias no mínimo incomodada. A irmã conta para o Joon-Hee, e ele diz que não está com raiva da namorada, mas envergonhado porque a irmã descobriu. Gente, fala sério. Mas isso não é a mesma coisa de ser traído e trocar o sofá, mas não deixar a pessoa? WTF. Foi bizarro. Outra cena revoltante foi a de que ela entra no carro do ex louco. Gente, do céu. O cara estava visivelmente descontrolado e ela topa entrar no carro. É ou não é uma pessoa sem personalidade? Era só dizer não, sair correndo, fazer qualquer coisa, mas não. Isso são apenas duas situações. Tiveram várias.
Outro assunto que é abordado nesse drama é sobre o assédio sexual. Achei interessante ter abordado esse assunto. Mas até isso ficou meio xoxo. A nossa prota sem personalidade é uma das pessoas assediadas por um funcionário da empresa e decide denunciar depois de 10 anos (antes tarde que nunca). Só que em vez dela processar e ir até o fim na justiça, ela acha que faz justiça se continuar na empresa e aceitar uma promoção. Outra forma errada de conduzir e visualizar as coisas. Passando a impressão que se você suportar, você é forte, você resistiu.
Não só na Coréia existe essa ideia de que a mulher que suporta é mais forte, mas no Brasil também. Eu acho uma balela. Com essa postura, ela decide deixar o cara que ela diz amar (eu até questiono isso, a acho bem egoísta) para fazer essa tal justiça. Ai o que ela faz depois de 3 anos? Pede demissão e vai morar na Ilha de Jeju com uma amiga (simples assim). Foi dose.
As opiniões sobre esse drama são bem divididas. Há quem goste desse mimimi, dessa enrolação, desse vai e volta. Eu odeio. Se fosse uma relação entre dois adolescentes (high school) ok. Mas não, são adultos. E há quem se ache uma sobrevivente por ter terminado esse drama. Eu estou nessa categoria. Foi pesado aguentar até o 16 episódio. Concordo que tem a questão da cultura (obediência a mãe), mas outras coisas são apenas questões de caráter (a mentira e omissão).
Muitas pessoas quando falam sobre esse drama dizem que ela amadureceu. Não concordo. Ela continua a mesma pessoa até o fim. É só analisar a sua postura e como ela cede ao desejo da mãe e começa a namorar com um rapaz que nem ama, mas que tem um bom emprego. E ela até confirma isso quando questionada pela sua amiga o porque dela estar com um cara sem nem mesmo amá-lo e a nossa prota sem personalidade fala: “minha família aprova, isso é que importa”. Outro ponto levantado é “Ah, mas esse drama fez muito sucesso na Coréia”. Desde quando ter sucesso ou simplesmente ser falado reflete a qualidade? Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Para mim a duração de 16 episódios foi desnecessária, poderia ter acabado entre 10 a 12 episódios. “Ah, mas esse drama não é tradicional” ou “Ah, esse drama quebrou tabus”. Realmente. Mas não pelo conteúdo em si, mas sim pelas cenas de pegação entre eles, que não vimos com tanta frequência em dramas coreanos, mesmo que aconteçam na vida real (bom frisar, porque a arte nem sempre imita a vida do cotidiano). E só. Pelo que citei acima, não foi bem pela postura da nossa prota sem personalidade e imatura.
Mas nem tudo foi uma verdadeira tragédia. Como já falei acima, a química dos atores é muito boa, e as músicas, também. Embora, ironicamente ou não, as melhores músicas aparecem quando eles se separaram, apenas no episódio 15.
Enfim. É um drama que levanta discussões calorosas e que eu esperava MUITO mais. #decepçãodefine
Minha nota no My Drama List foi 6 (poderia ter sido menos até).
Onde assistir? Kingdom Fansub e Netflix.
Wow! Finalmente alguém que compartilhe da angústia, ira e paixão que foi assitir SITR. Chega a dar um nó no estômago. Quando terminou não sabia se chorava, ria ou estourava a tela do noote.Aff…Pior é ficar cantarolando a música!
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Fica a sensação de que m**** assim acontecem na vida o tempo todo: lições que não são aprendidas, oportunidades perdidas, falta de coragem e personalidade pra decidir e pagar pelas escolhas feitas…. caraca, sobrevivi ao SITR!