Nesses dois últimos episódios o ritmo do drama foi muito diferente do que já se tinha apresentado anteriormente, então se você pensou que estava indo devagar, nos episódios 15 e 16 o drama se agilizou em concluir o máximo de situações possíveis.
Em parte entendo que a roteirista é iniciante nesse meio e de fato é algo incrível que ela tenha feito um romance tão maduro em meio a tantos desafios de vida de cada personagem. Mesmo diante dos clichês, o drama não se perdeu em exageros ou incoerências, embora durante esse último termômetro eu faça algumas ressalvas com base em minha opinião pessoal.
Foi importante assistir um drama em 2020, que falou sobre altruísmo e empatia com desconhecidos, positividade sobre a vida e claro, sobre a moral.
Não é um drama sobre divórcio e adultério e isso ficou ainda mais claro nos últimos episódios.
No episódio 14, ficamos completamente sem ar ao ver Jae Hyun esfaqueado no chão. Embora soubéssemos ou imaginássemos que ele não morreria, afinal não parecia que o drama iria pegar esse caminho depois de mostrar tanto sofrimento dos protagonistas e de fato não teria sentido, tamanha tragédia.

Quando começamos os últimos episódios e vemos Jae Hyun se recuperando, percebemos uma recuperação moral também. Ele mesmo diz que seu agressor tirou uma espada de dentro dele, claro que figurativamente, indicando que depois do ocorrido ele não iria mais atrás de uma vingança, afinal ela perdeu o sentido diante de quase morrer e de tudo que Ji Soo o lembrou.
Nesse ponto o roteiro também foi coerente, afinal tanto o agressor quanto o ex de Ji Soo tiveram a conclusão de suas histórias.
Ainda que me incomode o fato do ex da Ji Soo não responder criminalmente por isso. Ele não só manipulou um senhor idoso, revoltado e enlutado, mas quis deliberadamente causar mal a ex mulher e a Jae Hyun. O sistema de justiça da Coréia é diferente do nosso aqui e ainda assim, o nosso não é melhor. Porém, não gosto de ver impunidade. E isso me incomodou realmente.
Ele mudou com o filho e depois mudou de carreira mostrando arrependimento. Mas, eu esperava um castigo maior.

Depois da recuperação de Jae Hyun, é quase possível ver o Jae Hyun dos anos 90 no sorriso do ator Yoo Ji Tae. Eu não tenho palavras para falar sobre a direção desse drama que foi maravilhosa e realmente sem defeitos na minha leiga opinião. E somada a atuação dos quatro atores principais, esse drama nos tirava o fôlego nos momentos de romance e amor.
Essa situação de quase morte de Jae Hyun foi o ponto de virada para que ele tomasse atitudes drásticas em relação ao seu futuro e se decidisse. Ele disse que seu medo nessa experiência de quase morte era não ver Ji Soo novamente e talvez isso o tenha motivado a ser o mesmo Jae Hyun de antes, altruísta e generoso. Leve e com amor a bondade. Então ele segue um plano para limpar a Hyung Sung, mas dessa vez sem tentar ficar com o cargo de CEO.
É importante notar que vemos Jae Hyun muito feliz e que se mudanças que ele fez, embora por amor, na verdade se tratavam de resgatar quem ele realmente era, desde o começo.

Acredito que isso agregue valor a estória porque já existem muitos dramas que mostram a mulher que “muda” o homem e seus comportamentos, da água para o vinho, transformando ele em uma pessoa totalmente diferente.
Em When My Love Blooms, a chance de se apaixonar novamente pelo seu primeiro amor não mudou Jae Hyun simplesmente e sim o resgatou e deixou evidente quem ele sempre foi, embora por boa parte da sua vida ele tenha vivido de maneira diferente, motivado por vingança.
O drama também faz um bom trabalho ao falar sobre confiança. Embora Seo Kyung pressione Ji Soo, sobre o comportamento de Jae Hyun, ela se quer desconfiaria dele. Não perde a fé nele em nenhum momento, porque conhece ele muito melhor que Seo Kyung.

E vamos falar de Seo Kyung! Ela realmente não ama Jae Hyun, mas talvez tenha amado a posse.
Ela diz, ao dar o divórcio a Jae Hyun, que aceitou se casar com ele pelo desafio, visto que ele era diferente dos outros que ela namorou. Nunca foi amor, sempre foi conquista. Também percebemos no episódio final que ela usa o divórcio para tentar impedir a vingança de Jae Hyun, deixando evidente que ela se preocupava mais com o pai e com a própria fortuna do que com seu casamento. Lembrando que ela traía o marido enquanto ele estava preso.
Embora tenha sentido muita pena do filho do Jae Hyun, que não tem culpa do que está acontecendo e já tinha histórico de valentão na escola, não consigo terminar o drama sem me preocupar com o destino dessa criança. Ele ouviu que o pai o amava e que ia ser presente, e eu quero imaginar que isso aconteceria de fato a partir de agora. Young Min recebia muito mais amor da mãe, embora o pai fosse um traste.
O final feliz 10/10 na minha opinião seria o casal com os dois filhos juntos, numa reconciliação do que foi aquele bullying dos primeiros episódios. Mas será que isso seria um fã service completo? Será que eu estou exagerando como espectadora?

Seo Kyung seguiu com a sua vida e o ex marido de Ji Soo também, dessa vez assumindo casos de divórcio pró bono.

E ainda tivemos uma cena emocionante e muito potente no último episódio. Acredito que cenas como essa tenham sido a marca registrada de When My Love Blooms.

Ainda com flashbacks, vemos que Jae Hyun comemora o aniversário de Ji Soo com seus amigos em uma festa surpresa em um restaurante. E é tão feliz! Que memória linda.
Mas também nos lembramos que o desastre que matou sua mãe e irmã foi no aniversário do ano seguinte e desde então, Ji Soo nunca mais comemorou. Além de ter pavor do escuro e de não se lembrar do rosto delas.

Mas agora, no presente, Jae Hyun repete a festa com os amigos do passado e pela primeira vez em muito tempo Ji Soo comemora o aniversário e supera seu trauma. Eu me emocionei muito nessa cena, que foi linda e a atuação da Lee Bo Young foi sensacional. Era possível ver inicialmente o medo, transitando para dor e por fim alívio. Quando ela sonha e enfim vê os rostos da mãe e da irmã, ela se despede. E encerra esse ciclo doloroso.

Nesse momento, percebi que ambos tinham de curado e estavam prontos para viver mais momentos lindos.
Cura, bondade, perdão – esses são os temas com os quais nosso drama termina.

O amigo do bar, Young Woo passeando com os cachorros conhece uma moça no parque (aceito um drama com esses dois, hein?).
O cão em forma de gente, ex sogro do Jae Hyung vai preso. E eu glorifiquei! Aleluia?

E a chave de ouro vem com o encontro do passado com o presente. A Ji Soo do presente encontrando a Ji Soo dos anos 90 e o mesmo acontece com Jae Hyun do presente encontrando Jae Hyun do passado.

Eu me emocionei demais nesses minutos finais.
Ainda não tinha visto uma conclusão assim!

Eles acolhem o seu eu do passado e agradecem, elogiam e embora muito simbólico, preenchem aquele espaço que estava em seus corações.

When My Love Blooms deixa uma mensagem positiva sobre se perdoar. Quando os jovens Jae Hyun e Ji Soo se abraçam, significa que que tudo ficou bem. Que o amor floresceu e que fizeram se pazes com o passado.

Quando Jae Hyun jovem quebra a quarta parede, dizendo a Ji Soo jovem que o “pessoal de casa” não esperava que eles tivessem um final feliz, senti que foi uma consideração com o público depois de tanto sofrimento mostrado no drama. Foi brega e ao mesmo tempo muito bonito! Eu continuei emocionada.

O drama se finaliza com o desejo que o amor de todos floresçam e claro, com mais um flashback – o ponto alto do drama.

Nesse último flashback, vemos que Jae Hyun se apaixonou primeiro por Ji Soo, em 1991. Bem antes do drama começar, em 1993.
E com as palavras: “Eu te encontrei Ji Soo” finalizamos um drama lindo, comovente e que mostra que o que somos hoje vai influenciar nosso futuro. Então, vamos deixar nosso amor florescer!
