*O texto contém spoilers moderados do drama Marriage Contract, MBC (2016), disponível no Viki.
Comecei o drama por indicação de uma amiga, que por sinal se não tivesse feito a propaganda ou panfletagem, eu jamais o teria assistido. É engraçado como o drama reforçou um pensamento que desenvolvi ao longo dos dois anos que assisto dramas asiáticos: “O problema não é o clichê. O problema é clichê mal feito”.
Com isso em mente, pude desfrutar que um lindo romance, adulto, sem frescuras e direto. Claro que o drama não é perfeito, inclusive pontuei algumas situações com minha amiga, mas ainda assim é um bom drama e me trouxe um ganho expressivo, pois além de deixar uma mensagem positiva embora também trate de assuntos mais tristes e sérios, me ajudou a entender um pouco melhor sobre a cultura familiar da Coréia do Sul. Então, não vou entrar em detalhes quanto ao romance, ponto alto do drama, mas sim na relação familiar exposta nele.
Primeiramente, o drama começa com a mãe do Ji Hoon, protagonista da estória, implorando que ele dê a ela uma foto de família. Confesso que não dei tanta atenção assim a este fato, até novamente, conversar com a amiga que me indicou esse drama.
A fotografia foi e continua sendo a única forma de eternizar algo que é importante, seja esse algo um lugar, um objeto, um momento especial ou até mesmo pessoas especiais. Foi um importante instrumento para gravar momentos sobre a história da humanidade. Então me perguntei, porque os coreanos, ao menos nos dramas, dão tanta importância para fotos de família?
E segundo que um drama muito sincero que já tem o plot no nome: contrato de casamento, me surpreendeu positivamente com sua honestidade. Os relacionamentos entre mãe e filho, mãe e filha, padrasto e filha eram tão naturais e reais que me fizeram investir em suas histórias e me deixaram emocionadas.
O melodrama retrata câncer e também fala sobre o transplante de órgãos. Mostra a vulnerabilidade da vida e da lembrança. Mas ao citar a foto de família, sentimos a esperança de manter vivo o amor que eles sentem um pelo outro.
Ao final do drama, me senti realizada, por ter assistido um romance bonito onde o amor era o protagonista, independente de como ele se manifestava. No drama, a tão esperada foto de família veio, em meio a um contrato, mas diferente do que se imagina, havia amor ali. Na foto, continha uma família de verdade e é por essa família, que te indico esse drama.
Por vezes tinha me deparado com fotos de família nos dramas. Meu primeiro drama, My Mister, que por sinal é meu favorito, foi bem emblemático com o uso de fotos de família.
No último episódio por exemplo, a ex-mulher de Park Dong Hoon não estava na foto e isso indicava e reforçava a ideia do divórcio deles. Mas até esse momento ainda não tinha dado conta da importância desse tipo de foto. As fotos de família de Sky Castle também me impactaram, mas a ideia de família ali era totalmente subversiva.
Bem, este é um breve relato da minha trajetória com fotos de família, mas poderia citar mais se aqui coubessem. De fato, esses dramas me marcaram muito, no gênero drama familiar, no entanto eu venho falar sobre em Marriage Contract. Porque?
Como disse no começo, não tinha me atentado ao valor da foto de família em Marriage Contract. Mas a foto em questão tinha grande valor tanto para mim quanto para os personagens do drama.
Para os coreanos, segundo a fonte citada ao final do texto :
“Os filhos têm dívidas com os pais que os deram à luz e os criaram. Essa dívida está por trás da idéia do dever filial: tratar os pais com respeito em todos os momentos, cuidar deles na velhice, lamentá-los bem em funerais adequados e realizar cerimônias para eles após a morte. Mesmo cumprir esses deveres, no entanto, não é suficiente para pagar a dívida com os pais. O reembolso total também implica ter filhos e manter a continuidade da linhagem familiar. A continuidade da família é, portanto, um fato biológico que a sociedade humana, de acordo com a lei natural, deve refletir”.
No drama, é visível o laço que Ji Hoon tem com sua mãe e embora tenha sido criado por outra mulher, é capaz de pôr em risco a própria liberdade para salvar a vida de sua mãe. E eu, Thais, senti ele “quebrar” os laços de sangue ao tratar Eun Sung como sua filha, dando a ela toda sinceridade e amor verdadeiro. Pode não ser para outros, mas neste momento, me senti preenchida, completa. A melhor cena do drama, na minha opinião.
Embora eu não soubesse o final que esse drama teria, eu tinha certeza de que ele cuidaria e amaria essa filha, por toda a vida. E mesmo que por várias vezes, durante os 16 episódios, eu estivesse a ponto de chorar, me senti completamente atropelada por uma intensa onda de choro no momento amoroso e comovente em que Ji Hoon pediu que Eun Sung o chamasse de pai. Então ela simplesmente olhou para ele e o chamou assim: “Papai”!
Gostei muito de ver que o conceito da foto de família (padrão), no pedido que foi feito de joelhos pela mãe de Ji Hoon, tenha tomado essa proporção. Amar uma criança que não é sua filha biológica, enquanto alguns pais abandonam o privilégio que é ver um filho crescer me deixou comovida. Eu não apenas entendi o papel de uma foto de família, como também entendi que isso significava para Ji Hoon e sua mãe, provar a si mesmos e a outros que eles eram família. Talvez seja esse o objetivo de tê-la exposta na sala de casa.
Embora Ji Hoon, tenha seus defeitos e sua personalidade única, no fim das contas percebemos que o que o motivou desde o início foi o valor da família, que ele pensava ter. Quando questionado por sua mãe, sobre a motivação de se colocar em risco por ela, ele disse: “Porque somos família e é isso que família faz”. E ele pode enfim construir uma, enquanto eu assistia uma história de amor muito bonita.
Fonte: Coreanas de Taubaté.
Estou no episódio 7 e parei para ler a resenha, a fim de saber se valeria a pena continuar. Fico irritada de ver como deixam passar um detalhe tão importante como o fato de uma pessoa com um tumor cerebral ser aprovada nos exames para doar o fígado. Ridículo! Pensei que o primeiro exame dela poderia ter sido trocado com o de outra pessoa, por isso nenhum sinal teria aparecido na avaliação para a cirurgia. Mas, pelo andar da carruagem, não foi isso. Ela tem mesmo um tumor cerebral!
Ela tem um tumor cerebral. Isso está na sinopse do drama e logo no início do drama ela não é atropelada pelo prota, mas sim ela passa mal na rua. Com relação a esse texto, é apenas um texto sobre a importância da foto de família que vemos em muitos dramas coreanos. Eu fiz um vídeo falando sobre a série e o mesmo está em nosso canal do YouTube.