ESTE TEXTO PODE CONTER SPOILER
Racket Boys ou como nomeou a Netflix, Em Busca do Smash Perfeito é um drama escrito pelo Jung Bo Hoon (mesmo roteirista de Prison Playbook) e dirigido por Jo Young Gwang (mesmo diretor de Defendant). E conta a história de um time de badminton masculino de uma escola secundária em Haenam enquanto se preparam para competições. Os meninos e meninas de 16 anos em Haenam crescem como pessoas durante esse período.
Sou extremamente suspeita para falar de Racket Boys, porque é um drama que eu amei e já sabia que ia ser excelente só pelo histórico do roteirista. Eu até apelidei de Reply de 2021, porque a escrita do Bo Hoon é semelhante o da Lee Woo Jung, foco nas amizades e no ambiente familiar. Racket Boys me conquistou desde o primeiro episódio e assisti ao último parcelado, só para não acabar.
Começamos o drama pela história do Hae Kang (Tang Joon Sang) que precisou se mudar de Seul para o interior, pois seu pai havia sido transferido de trabalho. Eu amei que o drama a começou meio que te engando e depois foi contanto aos poucos a história, isso me surpreendeu bastante, porque assumi uma coisa e acabou que o negócio foi outro.
Finalmente já em Haenam, Hae Kang e família começam a se estabelecer, e descobrimos que o Hyeon Jong (Kim Sang Kyung) pai do Hae Kang, foi para ser técnico de badminton, e que Yeong Ja (Oh Na Ra) também era técnica e muito renomada da área, e que os pais não eram separados como deu a entender no início. Descobrimos também que Hae Kang foi um dos melhores jogadores de badminton, mas acabou desistindo por causa das condições financeiras dos pais. E no decorrer dos episódios a gente vai tendo mais conhecimento sobre cada personagem e entendendo a personalidade de cada um, e que no final, a história não é nada daquilo que pensávamos, já dizia o ditado, as aparências enganam.
Para conseguir ter wi-fi em casa, Hae Kang precisa entrar para o time de badminton, e partir daí, somos introduzidos aos outros personagens Yoon Dam (Son Sang Yeon), Na Woo Chan (Choi Hyun Wook), Lee Yong Tae (Kim Kang Hoon) e Jung In Sol (Kim Min Ki) que se juntam para treinar e participar de competições, e criam uma amizade linda e maravilhosa que aquece nossos corações e nos faz vibrar e ficar vidrados na tela.
O estilo de escrita desse roteirista é para nos passar lições, eu amei cada uma delas. O roteiro foi bem responsável ao retratar alguns temas como suicídio, bullying e corrupção nos esporte, relação entre pais e filhos, amizade e muitos mais. E eu achei incrível como cada um dos personagens foi tratado e não foram só mais um, até os secundários tinham sua história.
Eu amei e me emocionei com a sensibilidade que eles (os meninos) trataram a senhorinha, tentando realizar os desejos dela para o aniversário, e no episódio seguinte ela veio a falecer, e todas as lições que conseguimos tirar dessa história. O roteiro mostrou a filha dela que era extremamente fechada e tratava os outros mal, e o pessoal tinha até medo dela, mas depois mostrou toda a fragilidade dessa personagem. Ela não chorou no velório da mãe, mas depois sozinha, vimos todo o seu desespero. E eu comparei um pouco com o pai do Taek de Reply 88, ele parecia extremamente calmo, mas quando pensou que o filho estava em perigo, surtou totalmente, eu amo demais essas nuances e cuidado com os personagens.
Como eu disse, esse roteiro sempre vai nos mostrando a história e falando que não é bem assim. Quando Hae Kang perguntou para a mãe qual foi o momento mais feliz e mais triste e ela respondeu que foi quando ganhou a medalha de ouro, e depois viemos descobrir que a mãe dela morreu no mesmo dia que ela ganhou a medalha e ninguém quis avisá-la para não atrapalhá-la na competição. E logo depois deles tomarem conhecimento disso, começaram a ligar para os pais e tentaram conversar, e o Hae Kang tratou a mãe diferente, então, volto a reiterar o amor que sinto esse roteiro. Muita gente dizia que era um roteiro infantil, mas eu reformulo essa frase dizendo que é FAMILIAR. Lhe passa várias lições valiosas, às vezes de maneira descontraída, e de outras dolorosas, fazendo você chorar e refletir.
Eu chorei e achei bem interessante a história do casal da cidade. Eles foram para o interior para se suicidar, mas lá, acabam encontrando o sentido para viver novamente. Amei o episódio onde eles deixavam de fazer as coisas para ajudar ao pessoal da vila, e encontraram o conforto que precisavam. Eles lendo a carta de suicídio e chorando de alivio por não terem feito aquilo, e eu realmente gostei que mostrou que muitas vezes podemos sim encontrar outras razões para viver. E ela que não conseguia engravidar, de repente apareceu grávida.
E eu achei bem interessante também, que só viemos saber o nome dela (moça da cidade) no episódio 12, o nome dela e o da Song Hee. Então a Song Hee disse que ela era a primeira pessoa a perguntar o nome de uma mulher do campo, e que ninguém sabia o nome dela lá. Song Hee disse que na cidade também era assim, que as pessoas só queriam saber de coisas como o tamanho da casa ou o carro que as pessoas dirigem. E eu fiquei besta que em nenhum momento eu me perguntei sobre o nome da moça da cidade, e tanto que no AsianWiki o nome da personagem está como “Casal da cidade”. Mas mesmo sem saber o nome deles, torci para que fossem felizes.
Um coisa bem interessante desse drama foi a quebra da quarta parede, quando estávamos sabendo o sobre toda a treta que envolveu o caso de bullying no badminton, o treinador Hyeon Jong parou, olhou para a tela e disse “Isso nunca devia ter acontecido. Jogadores, treinadores e pessoas da associação devem ter senso de responsabilidade e buscar soluções para que esses erros não se repitam”. Várias vezes os meninos estavam conversando e paravam para olhar para tela e “interagir” com o telespectador. Eles fizeram a quebra também, na hora de uma das propagandas. Achei isso bem característico do roteiro, gostei bastante e achei que ficou mais interessante a mensagem que eles queriam passar.
Não podemos deixar de citar as referências de Reply 97 do Sung Jae e de Prison Playbook o Dr. Ko, Pancada, Senhor temporário, Kaiseuteu, o diretor da prisão, Janbaljang e muitos outros. Amo essas referências e figurinhas carimbadas dos dramas desses roteiristas.
“Sou eu, o primeiro e único Yoon Hae Kang” essa frase vai ficar marcada para sempre, todo episódio eu esperava o Hae Kang falar isso, e eu repetia junto com ele, porque sou dessas. A atuação de todos foi incrível, mas o que dizer do Joon Sang? Esse menino é um gênio da atuação e espero vê-lo em mais dramas, o personagem dele foi um brilho a mais para a história, trazendo todas as nuances, que ao mesmo tempo não ligava para nada, mas na tomada seguinte mostrava o que ele estava verdadeiramente sentindo. Que era extremamente confiante e sabia de onde vinha essa confiança, que reconheceu seus erros e mudou seus pensamentos com relação a sua família. Eu amei quando mostrou que a mãe teve que parar de jogar porque engravidou dele, foi um tapa sem mão nele que sempre achava que estava certo e sabia de tudo.
Tem uma coisa que eu não gostei, mas não foi em termo de roteiro, porque até depois mostraram a “consequência” disso, era forma como tratavam a Se Yoon, como se fosse a única jogadora dali, tanto que menosprezavam as outras, e elas obviamente e não se sentiam capaz. Tanto que o Hyeon Jong falou para Yeong Ja que ela como treinadora, não acreditava no potencial de suas atletas, depois ela reconheceu que estava errada e se sentiu muito mal com isso, mas a Han Sol levou tudo de boas, mas aquilo me incomodou demais, porém, deixei passar. (risos)
O que dizer do pessoal da vila que a cada episódio davam uma lição de vida para nós, mesmo que muita vezes do jeito deles, nos faziam rir e chorar ao mesmo tempo.
No final, meus casais saíram, meus filhinhos todos bonitinhos. E os personagens evoluíram, os pais que não aceitavam que os filhos fizessem esporte, viraram tolamente corujas e torcedores de carteirinha.
É com dor no coração que terminei Racket Boys. Foi um drama ícone, memorável e atemporal. Enfim, sou extremamente cadelinha desse drama e vou indicar eternamente.
Por hoje é só pessoal. Quem está acompanhando ou terminou Racket Boys o que achou?
Disclaimer: As opiniões expressas em matérias traduzidas ou em colunas específicas pertencem aos autores originais e não refletem necessariamente a opinião das Coreanas de Taubaté.
One thought on “O que achei do drama ‘Racket Boys’”